O ciclo une o amor ao cinema e à gastronomia, às quintas-feiras. Será realizada uma pré-sessão às 17h, com degustações de café feito em diferentes técnicas e harmonizados com sabores que dialogam com o filme a ser exibido. No dia da estreia, o Combo Café Cine Degusta é gratuito, mas é necessário fazer reserva. O evento, programado para as quintas-feiras intercaladas, faz parte das comemorações dos 20 anos do Cineclube.
O Cineclube Lanterna Mágica, da Universidade Santa Cecília (Unisanta), realiza o Ciclo “Para Sempre Cinema”, que une três paixões: o café, comidinhas criativas e o cinema, todos harmonizados com os filmes exibidos na programação.
A estreia do Ciclo é nesta quinta, 25 de abril, às 19h, na Sala Maurice Legeard de Cinema (Bloco E, 5° andar – Unisanta), com a exibição do filme “A Forma da Água”, de Guillermo del Toro. As sessões ocorrerão sempre em quintas intercaladas até novembro, com entrada franca.
Degustação de café
Será realizada uma pré-sessão às 17 horas, com degustações de café, feitos em diferentes técnicas e harmonizados com sabores que dialogam com o filme exibido logo após.
Para degustar o combo “Café Cine Degusta” é necessário fazer reserva pelo e-mail cinelanternamagica@gmail.com ou pelo celular 13 98230-4599. O valor do combo é de R$12,00, mas na sessão de estreia o combo será gratuito.
“A proposta é criar interações sensoriais do espectador com a linguagem e a estética das obras exibidas, usando como base o conceito de “Vazio” no cinema, mais conhecido em outras áreas de criação, como respiro visual ou na cultura japonesa como o ideograma “Ma”, explica Eduardo Ricci, cineasta e professor pesquisador responsável pelas ações do Cineclube e do LabCine.
O espectador poderá imergir no filme antes de assisti-lo pela primeira vez ou revê-lo de uma forma mais expandida. Esta é uma atividade realizada a partir de estudos sobre o afeto no cinema, desenvolvidos por professores e alunos integrantes do LabCine – Unisanta.
“É também uma base central para trabalharmos a construção do Mapa Cine Afetivo de Santos, outro projeto interdisciplinar que desenvolvemos no Cineclube, em parceria com a produtora Ricci Filmes”, afirma Eduardo Ricci. É uma realização da produtora Ricci Filmes e apoio cultural da locadora Vídeo Paradiso.
A Forma da Água
O filme “A Forma da Água”, vencedor do Oscar 2018, conta uma história que se passa na década de 60, em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria. A muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer).
Sabores imersivos
Antes da exibição de “A Forma da Água”, será servido blands de café com grãos latino americanos e outros surpresas, todos preparados nas técnicas: prensa francesa, presca, coador de papel e expresso. O café será harmonizado com bolo de fubá cremoso, já quem não bebe café poderá degustar suco com frutas da estação.
O lounge “Café Lanterna” terá início às 17h e terminará momentos antes do início da exibição do filme. Mesmo visitantes que não possam assistir ao filme, podem passar para participar do lounge que contará com meditação e conversas sobre cinema, ayurveda, yoga e como cozinhar sem desperdício. A cultura do café e da boa gastronomia sem desperdício são os fios condutores da imersão pré sessão e também será a base inicial do bate-papo após o filme. “A comida como cultura unida ao cinema para construir agoras mais saborosos e expandidos”, afirma Ricci.
Próximas exibições
Serão exibidos também os filmes: (23/05) “A Noite Americana”, de François Truffaut (França, Itália, 1973), (06/06) “Comer, Beber, Viver”, de Ang Lee (Taiwan, EUA, 1995) e (27/06) “Visages, Villages”, de AgnèsVarda e JR (França, 2016).
Em julho haverá um intervalo no ciclo, devido a realização da 11ª edição do Cineme-se – Festival da Experiência do Cinema. A programação do segundo semestre será divulgada no final de julho.
Mais detalhes da programação no site: www.unisanta.br/cineclube.
Mapa Afetivo e festival, entre as celebrações
Para ir além da tela desde 1999, o Cineclube realiza muito mais do que a simples exibição de filmes e debates sobre eles, fomenta a cultura do setor com atividades de pesquisas e práticas com vivências e análises das narrativas imersivas no cinema expandido, na gamificação, em realidade virtual e aumentada, sempre envolvendo alunos, professores e a comunidade de interessados em cinema.
O projeto mais recente é o Mapa Cine Afetivo de Santos, iniciativa do pesquisador, cineasta e fundador do Cineclube, Eduardo Ricci. O mapeamento tem o objetivo de dar visibilidade ao cinema e suas histórias vividas e criadas na cidade de Santos, lançamento previsto para setembro deste ano.
Durante o ano inteiro acontecerão outras ações para celebrar as duas décadas de Lanterna Mágica. Em julho será a vez do 11° Cineme-se – Festival da Experiência do Cinema celebrar os 20 anos de criações do Cineclube, com uma programação especial sobre a mágica do movimento ilusório no cinema.
O Festival acontecerá entre os dias 18 e 21 de julho, em Santos e São Paulo. Já em agosto começará o curso livre “Cinema Imersivo com Projeção Mapeada”, uma iniciativa da produtora Ricci Filmes para criar conteúdos usando a cidade como tela e cenário em tempo real, mais informações sobre o curso serão publicadas em breve na página da produtora, no Facebook (www.facebook.com/25riccifilmes).
Eduardo Ricci explica que o uso do “Ma” (vazio/espaço) aparece fortemente no cinema em filmes dos diretores Yasujiro Ozu, Takeshi Kitano e Hayao Miyazaki, com ênfase na montagem construtiva de algumas das suas obras. O “MA” é uma noção que não faz parte da lógica linear ocidental, mas daquela coordenada por relações – ele não se apresenta como conceito, porém, como um modus operandi vivo no cotidiano dos japoneses.
Presente nas manifestações culturais japonesas, o “MA” possui múltiplas semânticas – uma delas é a do espaço de possibilidade e disponibilidade e outra é a de espaços intervalares, que desconstrói o pensamento dual e aposta na possibilidade de um espaço intermediário que pode ser concomitantemente as duas coisas.
O LabCine desenvolve pesquisa sobre narrativas imersivas e usa como base esse modos operandi de trabalhar o espaço-tempo na imagem cinematográfica. Durante todo o ciclo análises serão realizadas a partir da harmonização do café com sabores surpresas e os filmes exibidos.
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