Quem olha o quadro de recordes sul-americanos, observa que a melhor marca continental em provas de 1.500 metros nado livre em piscina longa (50 metros) ainda é a obtida por Luiz Lima, no Mundial de Perth, da Austrália, em 1998. Lá se vão quase uma década e o resultado do mais experiente nadador de ponta do Brasil em atividade segue intocável.
Hoje, praticamente com os dois pés e, principalmente, os dois braços nas nem sempre tranqüilas águas das maratonas aquáticas, o nadador da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) vive a expectativa de embarcar no próximo domingo (11/03), novamente para a Austrália, em busca de mais um desafio: a prova de maratona aquática de 5 quilômetros do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, a ser realizado de 17 deste mês a 1º. De abril, em Melbourne, no extremo sul da Austrália.
“Será uma volta no tempo, já que residi por três meses em Melbourne, em 1996. Mas isso não significa que as coisas serão fáceis, pois nesta época do ano, a temperatura ambiente estará bastante alta, mas a água, com toda certeza, estará bastante fria, para não dizer glacial”, destaca.
Luiz Lima, no entanto, se mantém otimista, mesmo quando lembra que terá pela frente os mesmos terríveis adversários de sua mais recente competição internacional, os 10 km da terceira e última etapa da Travessia Renata Agondi, em santos, na abertura do Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas de 2007.
“Mais uma vez terei de encarar os russos Vladimir Dyatchin e Yuri Kudinov, os norte-americanos Mark Warkentin e Fran Crippen, e o francês Stephane Gómez. Será uma parada dura, mas tenho treinado forte (são dez treinos semanais, sem contar a parte física) e estou motivado para buscar um bom resultado. No Mundial de Águas Abertas do ano passado, em Nápoles, na Itália, terminei em 17º. Agora, espero chegar, pelo menos em décimo”, ressalta.
Mas a expectativa de sucesso de Luiz não se restringe ao Mundial de Melbourne. Ele está bastante focado na seletiva para os Jogos Pan-Americanos, disputa marcada para maio, no Rio de Janeiro, na Praia de Copacabana, mesmo palco da prova pan-americana dos 10 km, a ser realizada em julho.
“Tenho poupado energias para garantir uma boa performance na seletiva, mas antes de encará-la, espero ir bem nos 1.500 metros nado livre, na piscina do Júlio De Lamare, também no Rio de Janeiro, no Campeonato Brasileiro Absoluto de Natação em Piscina de Verão, o Troféu Brasil. Também nesta disputa tenho boas chances de conseguir um bom resultado”, afirma.
Quem sabe não será desta vez que ele conseguirá nadar abaixo dos 15m17s55, sua marca no Mundial de Perth, em 1998, e o atual recorde sul-americano para a distância?