Depois de se tornar o primeiro atleta brasileiro deficiente visual a conquistar uma medalha no badalado Campeonato Mundial de Natação do Comitê Internacional Paraolímpico, o nadador da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), Carlos Farrenberg, passa a focar as duas importantes competições que terá pela frente em 2007: o Mundial de Natação para Cegos, a ser disputado em São Paulo, no mês de julho, e os Jogos ParaPan Rio 2007, no Rio de janeiro, em agosto.
“Meu desempenho no Mundial do IPC (sigla do Comitê, em inglês), me deixou bastante motivado. Pois, pela primeira vez, tive a oportunidade de nadar ao lado dos melhores do mundo e acredito ter conseguido um grande resultado”, afirmou, referindo-se a medalha de prata conquistada na prova dos 100 metros nado livre, no Mundial disputado em Durban, na África do Sul.
Até então, Carlos, que é professor de Educação Física, formado pela Faculdade de Educação Física e Esporte (Fefesp), mantida pela instituição de ensino santista, havia conquistado pódios no US Open, uma espécie de mundial paralelo, desenvolvido nos Estados Unidos.
“Meu tempo na final dos 100 metros (56s57) é o meu recorde pessoal e o considero como uma boa marca, embora acredite que possa melhorá-la, com ajustes a partir dos novos treinamentos com o meu técnico”, afirma. Carlos é orientado pelo técnico Renato Bartolo, também graduado pela Fefesp. Patrocinado pela Vitshop e Bartha Engenharia, Carlos é portador de deficiência visual, categoria 13.
Além da medalha de prata nos 100 metros nado livre, Carlos obteve o quarto lugar nos 50 metros nado livre, ficando a centésimos de segundo de um lugar no pódio. “Marquei 25s77 na final dos 50 livres, depois de ter registrado 25s71, nas eliminatórias”, destacou.
Agora, segundo ele, a intenção é desenvolver um programa de treinamento que lhe permita também ir bem no Mundial de Natação Para Cegos, em São Paulo, e o ParaPan, no Rio. “Depois, a meta será garantir uma vaga na equipe que irá a Paraolimpíada, em 2008, na cidade de Pequim, na China”.
No Campeonato Mundial de Natação do IPC, o Brasil encerrou a participação na competição com 26 medalhas: 12 ouros, 7 pratas e 7 bronzes, além de sete recordes mundiais. O resultado deixou o País em 5º lugar no ranking da competição, atrás da Grã-Bretanha, Estados Unidos, Ucrânia e China.