Rondonistas desenvolverão atividades de saúde, educação e cidadania no município de Tabatinga até o dia 29 de julho.
Oito estudantes e dois docentes da Universidade Santa Cecília (Unisanta) embarcaram, na última terça-feira (8), para o município de Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas, onde participam do Projeto Rondon – Operação Amazonas. A iniciativa, coordenada pelo Ministério da Defesa, visa à atuação voluntária de universitários em ações que contribuem para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes nas áreas de saúde, educação e cidadania. A equipe permanece no local até o dia 29 de julho.
Situada na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, Tabatinga é uma das únicas cidades brasileiras onde se fala mais espanhol do que português no dia a dia, devido à convivência direta com os países vizinhos.
Segundo o Prof. Dr. Daniel Siquieroli Vilas Boas, coordenador e supervisor do Projeto Rondon na Unisanta, cada nova jornada traz uma expectativa diferente, marcada pelas singularidades do local. “A expectativa sempre existe, porque cada Rondon tem as suas particularidades. Tabatinga também é uma área indígena, então a gente tem ali um encontro muito grande de culturas, é muito comum ouvir espanhol e até dialetos indígenas nas ruas”, explica o docente.
Ele destaca ainda que será a primeira vez que a universidade participa de uma edição com tamanha diversidade cultural. “Essa característica torna a cidade um exemplo vivo de interculturalidade, o que pode gerar tanto riquezas culturais quanto desafios de acesso a serviços públicos, principalmente na saúde e educação. Nós temos empenhado os alunos em diversas tarefas, de montar as palestras, as oficinas, os minicursos, para que a gente possa atender o maior número de pessoas possíveis lá da população”, afirma.
A Unisanta completa, em 2025, vinte anos de participação no Projeto Rondon. De acordo com Siquieroli, estima-se que nesse período cerca de 160 alunos já atuaram no projeto e foram responsáveis por mais de 40.000 atendimentos à comunidade.
Para a reitora da Unisanta, Dra. Sílvia Teixeira Penteado, a missão dos rondonistas é essencial para a formação humana e profissional dos alunos. “É uma responsabilidade muito grande, principalmente porque são jovens. É uma experiência de vida fantástica para ouvir a comunidade, aprender, conhecer novos saberes, ter essa noção de grupo e essa coletividade do que é o Brasil. Eles colocarão na prática todos os seus aprendizados, as oficinas, os projetos, o que estudaram e deixar grandes amigos. Parabéns a todos”.
O presidente do Conselho de Administração da Unisanta, Marcelo Teixeira, também elogiou o comprometimento dos estudantes que escolheram dedicar as férias a um trabalho social de grande relevância. “Esses jovens poderiam estar tirando o tempo para desfrutar de um descanso merecido, depois de um semestre de tanta dedicação aos estudos, mas eles querem continuar as suas atividades, envolvidos nos trabalhos desenvolvidos, com os mais diversos cursos que eles representam. São memórias e lembranças inesquecíveis que ficarão mais uma vez de um Projeto Rondon de suma importância para a nossa universidade”, declara.
A missão da Unisanta reúne alunos de diversos cursos, como Direito, Relações Internacionais, Fisioterapia e Biomedicina. Para Rafaella Stazione, aluna do terceiro ano de Direito, que ministrará atividades sobre direitos humanos, violência doméstica e exploração infantil sexual, a oportunidade vai muito além da sala de aula.
“Eu estou bem animada porque a gente aprende muita coisa, a gente estuda muita coisa, mas lá nós somos mais aprendizes do que quem está ensinando. Eu acredito que a gente precisa, tanto como universitários quanto pessoas, ter essa experiência e eu estou muito, muito ansiosa pra poder dividir um pouquinho daquilo que eu tenho aqui na universidade com eles lá”, conta.
Pedro Motta Cappra, que cursa simultaneamente Direito e Relações Internacionais, afirmou que decidiu participar do projeto para conhecer melhor o próprio país antes de buscar experiências internacionais. “Por fazer relações internacionais a gente conhece bastante o mundo. E eu senti que eu deveria conhecer primeiro o meu próprio país antes de conseguir ajudar os outros. Então eu tô com expectativas muito altas, a minha missão é transmitir um pouco do meu conhecimento que foi construído ao longo dos anos aqui na faculdade”, diz o estudante, que realizará oficinas sobre mediação de conflitos no ambiente escolar e modos alternativos de aprender matemática e outras matérias.
Esse desejo de transformação pessoal e social também é percebido pelos docentes que acompanham os alunos. A professora Dra. Cláudia de Oliveira, do curso de Fisioterapia e coordenadora adjunta da operação, ressalta que essas vivências tornam os jovens mais conscientes de seus papéis no mundo. “É uma experiência única para um local muito vulnerável e ver os jovens tendo outra visão, saindo desse mundo que a gente vive, ver o brilho deles querendo mudar o mundo, tentar ser um melhor profissional, acho que isso é fundamental. E a gente, como professor, é uma gratidão muito grande que a gente sente, de ter essa oportunidade de poder conviver com eles e com a população”, finaliza.
Operação Amazonas – A Operação Amazonas conta com a supervisão dos Prof. Dr. Daniel Siquieroli Vilas Boas e da Dra. Cláudia de Oliveira. Integram a equipe os alunos:
- Adriely Santana – Fisioterapia, 5º ano
- Anna Beatriz Serrat Mees – Relações Internacionais, 2º ano
- Henzo Lima Teixeira – Dupla graduação em Direito (1º ano) e Relações Internacionais (2º ano)
- Jesús Flores – Relações Internacionais, 1º ano
- Lais Arnold de Sousa – Biomedicina, 3º ano
- Mislane Silva – Fisioterapia, 3º ano
- Pedro Motta Cappra – Dupla graduação em Relações Internacionais e Direito, 2º ano
- Rafaella Stazione – Direito, 3º ano
Acompanhe de perto a atuação da equipe da Unisanta na Missão Rondon pelo Instagram: @projetorondon_unisanta.