Ateliê de Márcia Santtos, professora de Arquitetura da Unisanta, é tema de matéria do Jornal A Tribuna

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O Caderno Galeria do Jornal A Tribuna publicou uma série de reportagens chamadas “Artes Visuais”, que mostrou os trabalhos de diversos artistas da região. A décima e última reportagem, publicada na página C-1 no dia 9 de dezembro de 2018, foi sobre o ateliê de Márcia Santos, localizado na Vila Mathias. Márcia é professora de Artes na Faculdade de Arquitetura da Unisanta e foi aluna do curso de graduação em Artes Plásticas, também na Unisanta, onde concluiu esses estudos em 1985. A matéria ocupa uma página do Caderno,  com 5 fotos.

A publicação informa que Márcia Santtos dirige a Gravurar, um local localizado na Rua Anhanguera, Nº 18, entre a Rua Silva Jardim e a Perimetral, e que abriga o ateliê, uma loja, e uma galeria para realização de mostras e feiras de gravura.  O local se destaca de outros imóveis por sua fachada bem cuidada e que isso é obra de uma intervenção artística promovida por Márcia e artistas convidados, segundo a redatora.

Conforme o texto,  a nova série de gravuras de Márcia foi inspirada em diversos edifícios históricos no entorno do ateliê. Elas são feitas através de caixinhas de leite ou embalagens de Tetrapak. “Por meio da técnica da gravura em côncavo, ela risca o desenho na superfície de alumínio da embalagem, passa tinta e imprime essa matriz no papel”, conta a jornalista Carlota Cafiero.

“Embora esse patrimônio de prédios históricos não esteja conservado, ele conta nosso passado e nosso futuro. Para falar sobre isso, não fazia sentido usar gravura em metal, e comecei a trabalhar nessa caixinha de leite, um material que seria jogado no lixo e que estou recuperando. A técnica acabou dialogando com o que estou discutindo”, conta Márcia Santtos que teve três trabalhos dessa série expostos no 25º Salão de Arte, onde conseguiu a Menção Honrosa.

Ao longo da matéria são explicadas também as técnicas que Márcia utiliza para gravação, como por exemplo a limpeza da placa de bronze que receberá uma camada de tinta à base de óleo de linhaça cozido. “Essa tinta é boa porque entra no sulco do metal e permanece lá durante a limpeza do excesso”, conta ela. Em seguida, ela  realiza a preparação do papel Canson 300 gramas. Márcia diz que o importante em gravura em metal é que o papel tenha gramatura alta.

Em seguida ela conta que o momento da impressão é um dos mais importantes da gravura principalmente quando a pessoa está começando: “Quando a gente está gravando, nunca temos noção completa de como vai ficar no papel”, explica a artista.

História de Márcia Santtos

Márcia Santtos tinha 16 anos quando descobriu a técnica da gravura num curso oferecido pela Secretaria de Cultura de Santos. “Eu comecei na arte pela pintura e gostava muito de desenhar. Fazia um curso gratuito na Prefeitura uma vez por semana. Na sala do lado tinha aula de xilogravura (gravura com madeira). Foi quando vi aquela madeira que funcionava como um carimbo”, declarou Márcia.

Depois ela passou na Faculdade de Artes Plásticas na Unisanta, onde concluiu o curso em 1985. Após a conclusão da graduação ela passou a dar aulas em cursos livres como no Grupo Gravura Mariana Quito, na Prefeitura, e na Universidade Santa Cecília.

Na parte final da matéria é dito que Márcia se dedicou a pesquisas e a utilizar outros tipos de material, como o policarbonato compacto a partir do compact disc, o CD. Ela concluiu o mestrado sobre o uso de policarbonato na gravura pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2006. Publicou diversos trabalhos com esse tipo de material, como o “Olhar da Primeira Despedida”, inspirado em texto de Patrícia Galvão, onde se descreve o momento em que se despediu do primeiro filho antes de embarcar de navio para a Argentina.