O nome adotado será Bairdiella goeldi, em homenagem ao museu paraense Emílio Goeldi, importante instituição científica do Brasil, que recebe o nome do naturalista e zoólogo suíço-alemão Émil August Goeldi, pesquisador que trabalhou no Brasil entre 1880 e 1907.

Professores dos Programas de Pós-Graduação em Ecologia e Auditoria Ambiental e do Acervo Zoológico da Universidade Santa Cecília descobriram uma nova espécie de peixe estuarino no litoral do Brasil. No estudo publicado na revista científica Neotropical Ichthyology, os professores Alexandre Marceniuk e Matheus Rotundo tiveram a colaboração de pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo, Museu Paraense Emílio Goeldi, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo e da Universidade Nacional do México.

Inicialmente, a equipe identificou que a espécie conhecida popularmente no Brasil como canganguá (Bairdiella ronchus), comum em regiões estuarinas e marinhas adjacentes na costa brasileira, representava um conjunto de espécies. A referida espécie apresentava distribuição desde o Golfo do México até o Sul do Brasil, porém não possui valor comercial expressivo, sendo utilizada regionalmente para alimentação de subexistência.

Com base em analises morfológicas e moleculares, os pesquisadores concluíram que ao longo de sua distribuição existiam três espécies diferentes, uma restrita da Província do Caribe até a Venezuela, outra no Norte da mesma Província e no Golfo do México e uma última na costa brasileira (PA – SC).

Com base nos resultados, os pesquisadores redescreveram a espécie original (Bairdiella ronchus), validaram outra espécie (Bairdiella veraecrucis) e nominaram a espécie brasileira (Bairdiella goeldi). O nome da espécie brasileira foi uma homenagem ao Museu Paraense Emílio Goeldi, importante instituição científica do Brasil, que recebe o nome do naturalista e zoólogo suíço-alemão Émil August Goeldi, renomeado pesquisador que trabalhou no Brasil entre 1880 e 1907.

O professor Alexandre Marceniuk destacou a importância de estudos sobre o conhecimento das espécies de peixes marinhos e estuarinos brasileiros “Existe a necessidade de conhecermos as espécies que ocorrem na costa brasileira, pois, para conservarmos, necessitamos reconhecer quais são as espécies e suas distribuições. Embora existam muitos trabalhos com peixes marinhos e estuarinos brasileiros, necessitamos de um maior esforço para avaliarmos a real riqueza das espécies.”, conta Marceniuk.

Segundo o professor Matheus Rotundo, curador do Acervo Zoológico da Unisanta, a manutenção de coleções científicas é prioritária para estudos similares. Ele também destacou o acervo da Universidade Santa Cecília.

“As coleções científicas são primordiais para a realização de pesquisas taxonômicas, sem materiais comparativos não conseguimos avaliar de forma eficiente a fauna e flora do planeta. A coleção científica de peixes da Unisanta é a única existente na Baixada Santista. Embora seja uma coleção recente, com pouco mais de 20 anos, os projetos e parcerias realizados garantem uma boa representatividade da fauna de peixes marinhos e estuarinos do Brasil”, declara Matheus Rotundo

Os professores destacaram que, em breve, outros estudos serão publicados com novas espécies de peixes marinhos e estuarinos do Brasil