O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para a cidade de Santos, no mês de março apresentou inflação de 1,67%, índice muito elevado e preocupante, pois já atinge a 4,31% no ano em apenas três meses. A informação é do Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos da Universidade Santa Cecília (Nese/Unisanta).

Em termos de grupos os de maior impacto foram: habitação, transportes e alimentação sendo que outros grupos variaram entre estabilidade, inflação e deflação.

A inflação crescente deve-se em grande parte a ajustes dos preços administrados notadamente a energia elétrica e os combustíveis que tem como característica o impacto em grande parte da cadeia produtiva, fazendo então replicar o efeito inflacionário através do ajuste de preços dos produtos e serviços de forma a equilibrar a rentabilidade do prestador ou fabricante.

Para conter a escalada inflacionária o governo tem adotado medidas econômicas e fiscais, contracionistas como a elevação de impostos diretos e indiretos, bem como elevação das taxas de juros que ainda podem sofrer novos ajustes ao longo do ano dependendo do comportamento da inflação e do dólar.
De forma específica, é feita a seguir análise detalhada por grupo, das principais variações apuradas:

– Grupo Habitação: Foi apurada inflação de 2,77%, no mês. O aumento da energia elétrica em 29% foi sem dúvida o maior gerador de impacto inflacionário no grupo.

– Grupo Alimentação: Apresentou inflação de 2,09%, devido a vários reajustes como carne bovina 3,94%, pescados 1,9%, leites 3,97%, cereais em média 5,4% (destaque para o feijão com reajuste de 10,1%), produtos in natura aumento médio de 4,3% (destaques para os legumes 10,2% e verduras 9,9%). A alimentação fora do domicílio tem apresentado evolução dispare em relação ao aumento médio dos alimentos, enquanto os alimentos subiram 4,75% no ano, a alimentação fora do domicilio aumentou 10% no mesmo período.

– Grupo Transportes: Constatou-se inflação de 1,97% no grupo, tendo por motivação principal os aumentos: gasolina 2,09%, reparos no veículo 4,4% e preço dos veículos 3,29% de reajuste.

– Grupo Despesas Pessoais: Houve inflação de 1,43% verificando-se os principais aumentos em artigos de beleza, 2,02%, recreação e cultura 2,48% e flores e plantas 7,6% em média.

– Grupo Saúde: Foi apurada deflação de -0,47% devido à redução de preço nos produtos farmacêuticos em -0,7% com relativa estabilidade nos demais itens.

– Grupo Vestuário: Apresentou inflação de 0,54%, tendo por principal motivador o aumento de preços dos calçados 5,6%, seguido de roupas de homem 1,79%, armarinhos 3,3%, e bijuterias 2,0%.

– Grupo Educação: Permaneceu estável pois o pequeno reajuste de material escolar 0,06% foi absorvido pela estabilidade dos demais itens.

 

O IPC – NESE/Unisanta tem por referência o consumo familiar para famílias com renda até 40 salários mínimos.
Responsável técnico: Economista Prof. Jorge Manuel de Souza Ferreira