Pessoas que passaram anos buscando a cura isolada de um dos sintomas das Desordens Temporomandibulares (DTMs), como dores de cabeça, ouvidos, coluna, labirintite, entre outros, começaram a sentir a evolução de seus casos graças ao atendimento clínico, gratuito, prestado de forma multidisciplinar por profissionais que atualmente são alunos do curso de Aperfeiçoamento de Pós-Graduação da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), nas áreas de Fisioterapia, Odontologia, Fonoaudiologia e Psicologia.

A Clínica tem recebido pessoas de todas as faixas etárias provenientes não só da região, mas também de outros estados, afirma a coordenadora do curso e do Projeto, professora Heloisa Helena Carvalho Alves. “Cerca de 90% dos casos de DTMs eram constatados em mulheres de 25 a 45 anos, mas as freqüentes alterações no mecanismo social têm afetado homens, idosos e até crianças”, destaca Heloisa.

O curso teve início em 1º de junho, com aulas teóricas, laboratoriais e clínicas de atendimento à população. “É feito um prontuário muito extenso de cada caso, que é analisado e tratado simultaneamente pelos alunos do curso”, acrescenta a coordenadora. “Graças a um criterioso conteúdo programático em um primeiro momento, todos se juntam em aulas teóricas e depois se separam em aulas específicas, dentro de sua área de atuação”.

Resultados – De acordo com a professora Heloísa, em poucos meses, o Projeto multidisciplinar, trouxe a evolução dos quadros clínicos dos pacientes, sendo que alguns deles sofrem durante anos. Os sintomas das Desordens Temporomandibulares desaparecem gradativamente, à medida que são tratados não como uma doença isolada, mas como conseqüências de um conjunto de fatores físicos, psico e social, principalmente com grande envolvimento emocional.

Por estar num elevado estágio de estresse ou vivenciar uma situação que leve ao abalo, a pessoa pode iniciar o hábito de pressionar ou ranger os dentes e, assim, desencadear DOR na região ATM (articulação temporomandibular). Diferente de qualquer parte do corpo, quando um lado adoece o outro também é afetado por ser a mandíbula um osso único, trabalhando em conjunto e comprometendo outras estruturas.

Considerada uma enfermidade não muito conhecida da população, a DTM é um desajuste no encaixe da cabeça da mandíbula e a base do crânio, que desencadeia uma gama de problemas clínicos articulares e musculares na região da cabeça e pescoço.

A dor causada pelas DTMs aparece em uma região diferente do local de origem, dificultando seu correto diagnóstico e, como conseqüência, o quadro vai se agravando, pelo não tratamento correto. “É comum as pessoas que sofrem dessa patologia percorrerem um longo caminho dentro das especialidades médicas e odontológicas, sem socorro profissional por dias, meses e até mesmo anos, perdendo a qualidade de vida”, comenta a coordenadora.

Repercussão Internacional – As DTMs são alvo de estudo em todo o mundo. Segundo a coordenadora Heloísa, o diferencial existente no projeto é que o curso oferecido na UNISANTA está na formação de um profissional com visão multidisciplinar no tratamento realizado por alunos do curso de diversas áreas, simultaneamente.
Essa característica, considerada inédita, despertou o interesse de profissionais da Universidade Autônoma do México, que enviou ao Brasil a cirurgiã-dentista e professora Mirna Gabriela Alvarez para conhecer o projeto e viabilizar um futuro intercâmbio científico internacional entre os profissionais das duas universidades.

“Esse projeto é pioneiro, pois apresenta um sistema multidisciplinar não apenas de atendimento, mas de aulas ministradas a profissionais de áreas diferentes, no mesmo ambiente acadêmico, sala de aula e clínica”, afirma a professora mexicana.

O Curso – As aulas e o atendimento acontecem às quartas-feiras, das 19h às 22h30, na Clínica de Odontologia da UNISANTA, Rua Cesário Mota, 8, 2º andar. O primeiro módulo do curso termina nesse semestre, mas para o início de 2006 está prevista a abertura de uma nova turma. Informações na Coordenadoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade, pelo telefone (13) 3202-7114.

Portadores de DTMs interessados no tratamento podem entrar em contato pelo tel.: 3202-7154, setor de triagem.