poli3 “O Brasil e a Maratona mereceram este pódio. Sem falta modéstia, mereci muito  esta medalha”, afirmou Poliana Okimoto,  entre lágrimas.

Poliana Okimoto, que quando era menina tinha medo de nadar no mar,  após a premiação no pódio não conteve a emoção e o choro, ao conversar com os jornalistas sobre a medalha de bronze na Maratona : “Estou olhando para a medalha e não estou nem acreditando. A gente treinou tanto, esperou tanto por esse momento, e,  quando o momento chega,  a gente não acredita. Parece que demora para cair a ficha. Mas eu dediquei tantos anos à natação, para a natação. Eu,  sem falsa modéstia, mereci muito essa medalha”.

“Eu construí essa medalha em cada dia, em cada treino, então foi muito merecido, continuou a maratonista, entre lágrimas de alegria. Quero só agradecer aos meus patrocinadores, às pessoas que me ajudaram, aos profissionais que trabalham comigo, meu técnico, minha família, sem eles nada disso seria possível”.

Volta por cima – Em Londres 2012, Poliana Okimoto chegou a abandonar a prova por hipotermia. Ficou muito decepcionada, mas depois fez um ciclo olímpico extraordinário, vencendo várias etapas. Com a medalha de bronze nas mãos, Poliana falou sobre o que representa essa volta por cima, para hoje ter o melhor resultado na história da natação feminina brasileira numa olimpíada.

“Londres foi uma experiência muito difícil para mim e esse ano eu tentei deixar um pouco de lado isso, porque tinha muita previsão de a água poder estar fria e o mar estar mexido, então eu tentei esquecer isso. A minha psicóloga Regina Brandão me ajudou muito a esquecer o passado e a pensar no futuro, pensar no presente e fazer o hoje. Eu treinei em água fria, me preparei para água fria, quente, mar mexido. Hoje eu estava preparada para qualquer tipo de mar que tivesse aqui em Copacabana”.

Mais calma, completou: “Mas Deus é brasileiro e Ele deixou o mar tranquilo com uma temperatura de água boa. Consegui fazer a melhor prova da minha vida. Eu estava muito consciente e muito concentrada do que tinha que fazer. Na última volta não consegui me alimentar e fui com coragem e disse pra mim mesma: estou bem preparada, não vai ser isso que vai me fazer falta e, no fim, eu já estava morta, mas mesmo assim, no sprint final eu consegui ter um gás e foi muito bom. É uma experiência única”.

“Sou choronapoli1“, admitiu a maratonista à imprensa. “Meu marido suspendeu a vida dele para me treinar”, acrescentou a atleta,  com os olhos lacrimejando. “Esperava um mar frio e mexido e não estava. Foi melhor para mim. Por isso falo que Deus é brasileiro. Uma hora estava na cola da holandesa e,  se parasse.  poderia afunilar tudo, fiquei 5 km sem me alimentar para conseguir”, continuou Poliana.
Sobre Ana Marcela, a outra brasileira na prova e que terminou na décima colocação, Poliana explicou: “A pressão estava toda nela, não em mim, e talvez ela tenha sentido um pouco”.