O nadador Carlos Farrenberg, o mesatenista Israel Stroh e o ciclista Lauro Chaman, medalhistas paralímpicos,  destacam o esporte de alto rendimento, acessível ao deficiente físico. Os atletas foram homenageados pela Unisanta com Certificados de Honra ao Mérito.

O  termo paralimpico não deve ser associado a esporte adaptado, de cunho apenas social, de inclusão, mas sim como esporte de alto rendimento. Essa foi a principal mensagem deixada pelos medalhistas paralímpicos Carlos Farrenberg, nadador,

pelo ciclista Lauro Chaman, pelo mesatenista  Israel Stroh e seus respectivos técnicos, durante a entrevista coletiva  realizada nesta sexta-feira (23/9), na Universidade Santa Cecília (Unisanta).

Todos treinam para novos desafios, otimistas quanto ao potencial paralímpico do País, que o Brasil mostrou na Rio-2016.

Farrenberg, da equipe Unisanta (prata nos 50m livremasculino S13, que obteve sua primeira medalha paralímpica), afirmou que as medalhas inéditas trouxeram maior responsabilidade agora para os que se destacaram. No seu caso, vê com tranquilidade os próximos anos.  Vai se preparar para o Mundial do México, em 2017, com um sentimento de  autoconfiança.  “Nas Paralímpíadas de Tóquio estarei com 40 anos mas acredito muito em minha vontade”.

O nadador  lembrou que treinou  na Unisanta durante cerca de dez anos. Em 2013 foi para São Paulo, sob o comando de Felipe Domingues. Disse que  o apoio da Unisanta e do técnico Renato Bartolo tem sido fundamental. Agora, voltará a treinar em Santos.

Da experiência da Rio  2016, ficou para os atletas o incentivo a seguir carreiras no esporte paralímpico, não apenas  como atleta, mas também como um profissional de educação física. “Há uma carência de profissionais na área”, afirmou Farrenberg.

Renato Bartolo mencionou a emoção proporcionada pelo carinho do público em relação aos paratletas. Ouvir cerca de 15 mil pessoas gritando o nome de Carlão foi algo que marcou a todos, e trouxe muito incentivo aos esportistas.

Mesatenismo –  Israel Stroh (Saldanha da Gama/Unisanta/Fupes), que   obteve a prata na primeira  final individual da história do Brasil no tênis de mesa  paralímpico, também enalteceu a  importância da torcida. Ele não se sentiu pressionado em nenhum momento, porque, ao contrário de esportes como o futebol  (olímpico ou não),   a relação com a torcida é diferente, ninguém critica quando o atleta perde.   A relação do esporte paralímpico com os torcedores na  Rio 2016  trouxe uma  “boa resposta tanto quando ao aspecto  mercadológico como o social”.

Os  paratletas passaram a ser uma nova  referência para o País, graças as 72 medalhas obtidas. “Agora somos atletas antes de sermos pessoas com deficiência”.

Ciclismo – Cláudio Diegues, diretor técnico da equipe de ciclismo de Santos,  lembrou que os índices obtidos no Rio pelo paratletismo brasileiro foram muito superiores aos dos atletas olímpicos do País. Foi  estabelecido um novo padrão de excelência,  em cerca de 500 provas,  com muitos recordes mundiais. Mas faltam Centros de Excelência como o do Rio, e seria importante oferecer  recursos para maior adesão ao esporte paralímpicoem outras cidades brasileiras. Uma sugestão seria promover paralimpíadas escolares.

Lauro Chaman  (Memorial-Santos/Fupes, com apoio da Unisanta) ganhou, também de forma inédita,   a prata na prova de resistência C4-5 e o bronze na prova de estrada contrarrelógio C-5.  Até dois anos atrás, ele  não havia pensado em competir em paralimpíada. “A medalha não é só minha, não fiz isso sozinho”. Agora ele está confiante em relação às próximas competições, como as Paralimpíadas de Tóquio.

Frisando que nunca se envergonhou de ter uma deficiência na perna esquerda, Chaman se inclui entre “os felizes atletas que se superam” e se orgulha disso. O momento muito triste, porém, foi a morte de um ciclista iraniano durante uma das provas no Rio. Mas esse acidente foi uma fatalidade, segundo ele, e não pode ser atribuído a perigos do trajeto. “Foi um circuito técnico,  mas não perigoso, digno de uma paralimpíada. Acidentes acontecem.

O técnico Cláudio Diegues é da mesma opinião. “Foi tudo pensado (o circuito) de forma correta pelo comitê organizador”.

Estava presente também o professor da Faculdade de Fisioterapia e da Faculdade de Educação Física e Esporte da Unisanta, Marco Antônio Ferreira Alves, que atuou como fisioterapeuta do Time Brasil nas Paralimpíadas Rio 2016. Alves participou ainda como voluntário na Policlínica dos Jogos Olímpicos.

Importância das parcerias –  Marcelo Teixeira, Pró-Reitor da Unisanta e presidente da Associação Santa Cecília Esportes, mencionou a  importância das  parcerias da Universidade feitas com outras instituições, com a Secretaria Municipal de Esportes, Fundação Pró-Esportes de Santos (Fupes),     Saldanha da Gama (parceria etomada após pequena interrupção)  e Memorial. São parcerias que poderão frutificar ainda mais e que já proporcionaram  quatro medalhas paralímpicas de atletas de Santos.

A presidente da Unisanta Lúcia Teixeira enalteceu o papel dos técnicos e dos atletas na obtenção dos resultados. “Todas as medalhas são ouro para nós”.  E a reitora Sílvia Teixeira lembrou o trabalho de Milton Teixeira, fundador do Complexo Educacional Santa Cecília, que está comemorando 55 anos, dedicados à educação aliada ao esporte.

Estavam ainda presentes o atleta olímpico Gideone Monteiro; (ciclismo);  o Secretário de Esportes de Santos, Alcídio Melo, que representou o prefeito municipal Paulo Alexandre Barbosa; Cako Ribeiro, delegado de Esportes de Santos e Presidente do Grêmio  Memorial; Paulo Miashiro, presidente da Fundação Pró-Esportes de Santos (Fupes); Jaime Moreno, vice-presidente do Saldanha da Gama; Ricardo Dantas, Coordenador da equipe de Tênis de Mesa Saldanha da Gama/Unisanta/Fupes e presidente da Liga Santista de Tênis de Mesa , entre outros.