A pesquisa de emprego e desemprego na cidade de Santos, realizada pelo Núcleo de Pesquisas e Estudos Sócio-econômicos (NESE), da UNISANTA, constatou que o índice de desemprego está na faixa dos 16,4% da População Economicamente Ativa (PEA), superior ao apurado em setembro de 2004, podendo, no entanto, ser considerado abaixo da média dos índices históricos do NESE, que apurou o seu maior índice de desemprego em julho de 1999. Em relação ao índice de 2004, está 1,4 pontos percentuais abaixo.

Segundo o coordenador da pesquisa, Jorge Manoel de Souza Ferreira, esses números indicam os reflexos da política econômica do governo. “Pudemos constatar que todas as ações estão refletidas aqui na cidade. O aumento dos juros não possibilitou um aumento maior na oferta de empregos. Este índice apurado reflete a situação econômica de baixo crescimento, em que não há geração de empregos suficientes para atender à demanda por novos postos de trabalho, bem como absorver o estoque de desemprego já existente”, disse.

A faixa etária que mais sofre com o desemprego na cidade é a dos jovens, entre 16 e 24 anos. Eles representam um contingente de 42,65% do total. Na última pesquisa (março de 2004) eram 48,95%, e em setembro de 2004, 50,52%. O que mostra ter havido uma redução nesta faixa e um acréscimo nas demais faixas etárias. “Esses jovens encontram dificuldades em conseguir o primeiro emprego, já que a experiência é um dos pontos mais exigidos pelo mercado de trabalho”, disse o coordenador.

Escolaridade – Pode-se constatar, com base na amostra, que as classes mais atingidas pelo desemprego são aquelas com menor índice de escolaridade. “O diploma universitário é, hoje, um diferencial para a entrada no mercado de trabalho. Cada vez mais ele é exigido pelos empregadores”, completou Ferreira de Souza.

Pesquisa – Foram pesquisados, durante o mês de março, 498 domicílios, totalizando um universo de 1669 pessoas (sendo 901 mulheres e 768 homens), correspondente a 0,39 % da população residente na cidade, conforme dados do IBGE. A margem de erro é de 1,9% sobre os índices apurados. Desde março de 2000, a pesquisa é realizada semestralmente, nos meses de março e setembro de cada ano.