A cidade de Santos é um pequeno retrato do Brasil: existem ilhas de pobreza entre as áreas de riqueza e desenvolvimento. A informação foi divulgada na noite da última quarta-feira, dia 11, pelo Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (Nese/UNISANTA), da Universidade Santa Cecília, em reunião realizada no Sesc.
Conforme a pesquisa – a terceira do País (as outras são dos municípios de São Paulo e São José dos Campos), os bairros de elevada exclusão social são a Alemoa e o Morro da Caneleira e os de alta inclusão, Campo Grande, Vila Belmiro, Aparecida, Ponta da Praia, Embaré, Pompéia, José Menino, Boqueirão e Gonzaga, em ordem crescente, respectivamente. A Área Continental não foi incluída.
O trabalho, que levou dois meses de elaboração, abrange 47 bairros e os morros de Santos e tem como base os dados do Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Conforme o coordenador do Nese, Alcindo Gonçalves, não houve trabalho de campo, o que exigiria uma pesquisa longa e de alto investimento.
Os índices foram determinados partindo-se de quatro grandes indicadores: o de Autonomia de Renda dos Chefes de Família, que mede o poder de compra e a capacidade de suprir as necessidades básicas; o de Desenvolvimento Humano, que considera dados sobre Educação e longevidade; o de Qualidade de Vida, que avalia a condição domiciliar, como o número de moradores por domicílio, por exemplo; e, finalmente, o de Equidade, que tem como base o número de mulheres que são chefes de família e sua alfabetização. No total, o estudo levou em conta 29 indicadores sociais do Censo.
Para Célio Nori, coordenador do Fórum da Cidadania, a pesquisa poderá subsidiar as ações do Poder Público. ‘Toda ação social precisa ter dados confiáveis como suporte’.
‘As informações chegam em um momento importante para Santos, quando estão sendo feitos os planos de governo dos candidatos’, ressaltou a vereadora Suely Morgado, presente no encontro.
O trabalho pode ser consultado no site do Nese, www.nese.unisanta.br