A soja pode ser transportada com vantagens do planalto até Santos por dutos, e movida por ar, conforme pesquisa realizada na Unisanta por Eduardo Lustoza.

Em sua dissertação de mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Santa Cecília (Unisanta), na manhã desta segunda-feira (24/6), Eduardo Lustosa destacou as vantagens de se utilizar o sistema de transporte pneumático de grãos a granel, ou seja, de transportá-los através de uma corrente de ar em alta velocidade dentro de um sistema de tubulação, “mantendo a integridade comercial e características do produto”.

O sistema – explicou Lustoza – “contribui para que o escoamento de soja seja feito ‘com eficiência, segurança e sustentabilidade ambiental, permitindo a racionalização na intermodalidade do fluxo rodoferroviário aos portos’.  Com a tecnologia pesquisada no Laboratório de Operações Unitárias, o transporte sugerido é na modalidade dutoviária – feito por meio de dutos, de canais, tubulações ou condutos.

No laboratório

Para a comprovação de segurança durante a movimentação, uma unidade piloto do sistema de transporte de soja foi simulada no Laboratório de Operações Unitárias, da Engenharia Química na instituição.

Segundo o trabalho, a cada safra escoam-se mais de 25 milhões de toneladas de soja e granéis no Porto de Santos. Além disso, cerca de 2,6 milhões de viagens feitas por caminhões ao ano ficam congestionadas em rodovias e 387 mil vagões são subutilizados nas ferrovias. “Há potencial de ampliação dessa produção, com grandes investimentos em andamento para suprir a deficiência da infraestrutura viária”.

As condições geográficas de acesso são outro fator que possibilita a implementação do sistema de transportes pneumáticos. “Principalmente no desnível de cerca de 800m na encosta do divisor de águas no planalto paulista e a Baixada Santista, etapa final de aproximação ao porto”. Esse local, segundo o entrevistado, exige atenção e cuidados dos que por ali transitam.  Com o transporte por tubulações, haveria um aproveitamento do potencial energético gravitacional pelo auxílio de rampa.

A dissertação de Eduardo Lustoza, com o nome de “Projeto básico de transporte pneumático de soja do planalto paulista até o porto de Santos”, será apresentada no Congresso Técnico Científico do Conselho Federal de Engenharia (CONTECC) que acontecerá em setembro.

Defesa

A defesa da dissertação aconteceu às 9 horas desta segunda-feira (24/6), no Consistório, e contou com uma banca examinadora qualificada e experiente. Assistiram à apresentação a professora e doutora Marlene Silva de Moraes, o professor e doutor Áureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo, o prof. dr. Deovaldo de Moraes Junior e o prof. dr. Yvan Jesus Olortiga Asencios, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Marlene Silva de Moraes é doutora em Engenharia Química pela Unicamp, mestre em Engenharia Mineral pela Universidade de São Paulo e Engenheira Química pela Unisanta. Tem experiência na área de Engenharia Química, com ênfase em Meio Ambiente e Engenharia Química, atuando principalmente nos seguintes temas: Distribuição de Líquidos, Transporte Pneumático, Laboratório de Operações Unitárias e Educação.

Áureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo é doutor em Engenharia pela PEA-POLI-USP (2015), na área de automação portuária e segurança laboral e segurança do trabalho. Atualmente é diretor da Universidade Santa Cecilia e professor na graduação de Princípios de Engenharia, onde orienta pesquisas de iniciação científica e trabalhos de conclusão de curso. Estruturou e ministra disciplina de Engenharia de Segurança do Trabalho no programa de mestrado em engenharia mecânica na Unisanta, onde orienta pesquisas e dissertações.

Possui graduação em Engenharia Op. Mecânica Máquinas e Ferramentas pela Universidade Santa Cecilia (1975), é pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho (1976) pela Universidade Santa Cecília; graduação em Engenharia Civil pela Universidade Santa Cecilia (1984) e mestrado em Engenharia de Transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1992).

Deovaldo de Moraes Junior é doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento – Esc. Eng. S. Carlos – USP Laboratoire Des Sciences Du Genie Chimique, France (1991). Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal de São Carlos (1982), mestrado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos USP (1985).  Tem experiência na área de Engenharia Química, Engenharia Mecânica e Engenharia Sanitária, com ênfase em Controle da Poluição. É professor da Universidade Santa Cecilia, coordenador do laboratório de ensino, pesquisa e extensão e coordenador científico do mestrado profissionalizante stricto-sensu em Engenharia Mecânica.

Yvan Jesus Olortiga Asencios realizou estágio de Pós-Doutoramento no Instituto de Tecnologia Química da Gottfried Wilhelm Leibniz Universität em Hannover na Alemanha e no Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo. Doutor em Química pela Universidade de São Paulo, USP, (sub-área Físico-Química); Mestre em Química da Pontifícia Universidad Católica del Perú, (sub-área Catalisadores e Adsorventes) e possui Diploma de Especialização em Engenharia de Combustíveis Gasosos da Pontifícia Universidad Católica del Perú.  É Professor Permanente do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar da UNIFESP.  Possui experiência na síntese, caracterização físico-química e modificação de diversos materiais de interesse tecnológico e industrial (ênfase em catalisadores e adsorventes).