O evento integrou  as atividades dos 46 anos da Engenharia Unisanta e os  42 anos do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade.

Os debates,  realizados no dia 27/4,  na  Universidade Santa Cecília (Unisanta), durante o Seminário sobre Segurança e Saúde  do Trabalho – Celebrando a Vida- Meio Ambiente do Trabalho Seguro, Hígido, Legal –  mostraram pesquisas e pronunciamentos de grande interesse para empresas e os trabalhadores.

“No momento, temos uma situação na qual os acidentes estão em uma posição estabilizada. Porém, estão morrendo mais pessoas no mesmo número de acidentes. Ou seja, os acidentes estão ficando mais letais, mais perigosos, e isso é algo que nos preocupa, afirmou o Prof. Dr. Aureo Pasqualeto Figueiredo, da direção de Engenharia da Universidade, um dos debatedores. Segundo ele, as novas tecnologias e os trabalhadores devidamente preparados para utilizá-las podem evitar problemas maiores”. Ele abordou o tema Avanço da Tecnologia e Segurança dos Novos Processos Produtivos.

Curso de Segurança do Trabalho – O dr. Élio Lopes, coordenador do curso de pós-graduação de Engenharia de Segurança no Trabalho da Unisanta,  lembrou que a lei que instituiu o Dia da Segurança e Saúde do Trabalho, a de número 7.410, é de 1976. Mas antes disso, em 1975,  já existia o curso de Segurança no Trabalho na Unisanta, que continua funcionando, através do convênio com a Fundacentro.

“Nossa primeira turma tinha cerca de 60 alunos. Nesse ano, foram três turmas, com quase 200 alunos. Exteriormente, esse curso foi se desenvolvendo pela Fundacentro, formando ao final desse convênio cerca de 500 alunos pela Unisanta. Depois o curso passou a fazer um convênio com o CREA (Conselho Regional Engenharia e Agronomia) e o Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia). Nós formamos, de lá pra cá, cerca de 800 alunos. Portanto, são 42 anos de existência e 1300 alunos formados aqui na Unisanta.”

Aspectos jurídicos – O prof. Marcelo Lamy, do curso de mestrado de Direito da Saúde da Unisanta, afirmou  que o Direito pode colaborar para preparar um ambiente para proteger o trabalhador, especialmente no que diz respeito a acidentes e doenças profissionais, ou seja, a saúde que é afetada no ambiente de trabalho.

Uma das preocupações da área é com  a saúde mental do trabalhador, pois é impressionante a quantidade de pessoas que sofrem episódios de depressão, de estresse. Isso, porque estão com ansiedade exacerbada por medo da perda do emprego, pela pressão por resultados no trabalho, porque não têm  mais disponibilidade de tempo livre, como se estivesse 24 horas por dia disponível para o empregador.

“Isso gera um clima de pressão no trabalhador, que sofre muitas doenças. A estimativa é que 30% da classe trabalhadora sofre de transtornos mentais, ou seja, de perturbações na saúde mental. Não estou falando de doenças como esquizofrenia ou psicose, mas de transtornos como ansiedade, depressão e estresse”.

“O grande paradigma a ser investigado é o que nós temos que fazer para mudar as causas que trazem esses transtornos. A questão não é isolar o trabalhador que está sofrendo de estresse ou levá-lo a um spa ou um clínica. A questão é o que eu tenho que fazer para tratar o paciente e, ao mesmo tempo, eliminar as causas dos transtornos. A necessidade mais básica é criar uma legislação protetiva de regras de trabalho e o Direito é muito útil para isso”.

O tema de sua palestra foi  Aspectos Jurídicos da Saúde e Segurança do Trabalho: Prof. Dr. Marcelo Lamy, docente do Mestrado de Direito da Saúde da Unisanta.

Gestão da Saúde Ocupacional – O dr. Marcos Roberto Kodama, médico, pós-graduado em Medicina do Trabalho pela FUNDACENTRO, falou sobe a importância dos desvios na Gestão de Saúde Ocupacional. Ele compartilhou com os presentes um conceito de se fazer gestão de saúde e segurança com foco na área de saúde, utilizando-se dos desvios que ocorrem no ambiente de trabalho.

“A oportunidade de estar aqui na Unisanta é ótima e é uma chance de trazer a experiência da empresa que eu trabalhava. Estamos tentando, de certa forma, democratizar isso e trazer para outras empresas e organizações, o que, anteriormente, só era aplicado na empresa na qual trabalhei”.

Os debates foram mediados pelo jornalista Leopoldo Figueiredo, do jornal A Tribuna. Estavam presentes no Seminário a presidente da Unisanta, Lúcia Maria Teixeira, a reitora, Sílvia Teixeira Penteado, o Pró-Reitor Administrativo, Marcelo Teixeira e a Diretora Geral da Área de Saúde da Universidade, Caroline Simões Teixeira.