O engenheiro civil e Coordenador da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), Iberê Martins da Silva, é um dos responsáveis pelo projeto da Ponte da Integração Brasil-Peru na Rodovia do Pacífico, uma importante obra que está sendo construída entre o Brasil (no município de Assis-Brasil) e o Peru (município de Iñapari). A inauguração está prevista para a primeira quinzena desse mês.

Importância Internacional – A Ponte da Integração Brasil-Peru tem especial atenção do Governo Federal. Sua implantação foi iniciada em 11 de agosto de 2004, no mesmo dia da inauguração da ponte “Wilson Pinheiro”, que liga a cidade de Brasiléia (Acre) a Cobija (Bolívia).

É que, junto com a “Estrada do Pacífico” (Acre), além das obras da “Carretera” no território peruano, o projeto realiza, pela primeira vez na história da América Latina, o sonho da unificação do continente. Ou seja, o Brasil passa a ter, a partir do Acre, uma alternativa de transportes com saídas tanto pelo Oceano Atlântico, em seu litoral, como pelo Pacífico, a partir do acesso ao território peruano.

Características – Trata-se de uma ponte extradorso com 240 metros de comprimento, 110 metros de vão central e 16,8 metros de largura, para uso rodoviário e de pedestres. A ponte extradorso tem uma concepção intermediária entre as pontes em viga reta de concreto protendido e as pontes estaiadas, reunindo algumas características de cada uma delas.

No Brasil, há apenas mais uma obra em construção com a mesma concepção: a Terceira Ponte de Rio Branco/AC, parte integrante do anel viário da cidade. Os projetos citados são de autoria do prof. Dr. Hideki Ishitani (consultor) e da empresa Outec Engenharia, na qual o prof. Iberê atua na coordenação de equipe de cálculo estrutural.

História – A concepção estrutural da ponte extradorso foi proposta pelo engenheiro francês Jacques Mathivat, em 1988, cuja idéia principal era a utilização da protensão externa com grande excentricidade nos apoios internos. Esta proposta sugeria uma ponte esteticamente parecida com uma ponte estaiada, porém com torres mais baixas e cabos extradorso com inclinações bem menores do que os estais. Esta nova concepção foi concretizada pelos japoneses em 1994, com a construção da Odawara Blueway Bridge no Japão, com comprimento total de 270 metros, subdivididos em três vãos contínuos de 74, 122 e 74 metros.