Reinauguração do imóvel da Rua Conselheiro Rodrigues Alves, dia 16 de outubro, reuniu ex-alunos e ex-professores emocionados. Outros depoimentos importantes serão publicados nos próximos dias.

Momentos de incontida emoção, mas também de alegria, marcaram os depoimentos dos presentes à reinauguração da primeira escola do Complexo Educacional Santa Cecília, fundado há 51 anos na Rua Rodrigues Alves, 332, devidamente restaurado para atividades culturais e sociais. Diretores, coordenadores, ex-alunos, ex-professores, amigos e funcionários elogiaram a iniciativa da restauração.

Um antigo banco escolar e um telefone da época, além de belos painéis de fotos antigas e atuais nas paredes mostram a trajetória da família Teixeira e da Instituição, em alguns de seus diversos momentos significativos, do passado ao presente. São fotografias do patriarca Milton Teixeira, presidindo inaugurações ao lado da esposa Nilza, da cunhada Emília Pirilo Teixeira e dos filhos Sílvia, Lúcia, Cecília e Marcelo. Outras mostram visitas importantes, como o ex-governador Mário Covas, entre numerosas autoridades.

A senhora Cecília Magenta, da família que vendeu a casa da Rodrigues Alves para a família Teixeira, em 2011, estava duplamente emocionada e feliz. Durante esses anos todos em que o Santa Cecília se expandiu em outros endereços, Carlos Magenta, pai de Cecília, sempre dizia que aquela casa tinha que ser novamente do Santa.

“Cumprimos a vontade de meu pai, estamos orgulhosos de saber que o imóvel está novamente com a família Teixeira”. Adoentado, aos 92 anos, o senhor Carlos não compareceu à reinauguração do imóvel, mas sua família foi bem representada por, além de Cecília, Nivaldo Áureo da Silva, Rosália de Andrade Magenta, Bernadete Andrade Magenta e César Tavares da Cunha.

Foi o senhor Carlos Magenta quem, em 1961, atendeu Milton Teixeira, quando o patriarca foi comprar um telefone e acabou sabendo da antiga escola primária Santa Cecília, que funcionava com outros donos, no imóvel então alugado. Milton comprou o telefone e a escola. A família Magenta chegou a morar no imóvel vizinho, no número 334, durante muitos anos.

“Esta casa da Rodrigues Alves, 332, foi a primeira que minha família comprou em Santos. Aqui moraram meus avós, primos e tios”, contou Cecília. Em sua mente, surgem cenas de sua família ocorridas na casa, antes de esta virar escola. Uma tia se casou ali, e tirou uma foto vestida de noiva, na escadaria da frente. Depois, Cecília, então menina, estudou nesse endereço, quando a escola já era da família Teixeira.

Outras boas memórias ressurgem, de sua vida escolar. Cecília se lembra de uma colega de classe especial, Lúcia Maria Teixeira, hoje presidente da Instituição. “Lúcia era aluna excelente e os donos e os professores a tratavam com muita igualdade. Todos eram iguais para eles”.

“Veja, o assoalho da casa é o mesmo”, diz, elogiando a restauração. No livro de memórias da casa, aberto na última terça-feira, Cecília Magenta escreveu: “A partir de hoje abre-se um novo ciclo para o casarão. Nós, da família Magenta, estamos muito orgulhosos com esta nova etapa. A casa é de todos os que serão beneficiados com esta nova ação, neste bloco especial da querida Unisanta”.

“Perpetuação da história”

Márcio Ricardo Minardi Alves não era nascido na época e não conheceu os primeiros tempos do Santa Cecília. Mas fez questão de comparecer à festa, também em homenagem a sua mãe, Elsa Minardi Alves, que trabalhou como professora na Rodrigues Alves e nos endereços seguintes. Quando ela se aposentou, voltou a lecionar Português no Santa, de 2002 a 2004, quando faleceu.

“Ela está na foto da capa do livro que conta a história do Santa, tirada justamente na porta deste endereço, juntamente com o Dr. Milton e a professora Mariliza Grottone, personificação do próprio colégio. Na época minha mãe assinava Elsa Possati Minardi”.

Márcio tem “uma relação de carinho e respeito enorme pelo Colégio Santa Cecília, local onde estudei até o 3º colegial e hoje, com muito orgulho, tenho meu filho de três anos matriculado no cantinho da Tia Cecília”. Seu irmão também estudou no Santa. Ele elogia a família Teixeira:

“Por ocasião da doença da minha mãe, reverencio e agradeço a Deus que ela estivesse trabalhando numa empresa tão respeitosa, digna e humana, pois a tratou com a maior deferência, valorizando e aproveitando seu trabalho de maneira múltipla, alternativa. Assim foi até o fim”.

“A inclusão da minha mãe no quadro inicial da escola seu deu pelo conhecimento de meu pai, que trabalhava com o Dr. Milton Teixeira, pois estiveram envolvidos em ações esportivas na juventude. Nós nos sentíamos próximos da família que conseguiu imprimir o conceito familiar na direção da empresa. Recentemente, passava na frente da casa da Conselheiro Rodrigues Alves e ficava feliz pelo imóvel estar sendo reformado e não demolido. Era como se a ‘história` da minha própria família estivesse, de algum modo sendo preservada”.

“Não consigo descrever a emoção quando descobri, vendo o emblema do Santa gravado na fachada do imóvel, que a casa estava novamente na mão da família Teixeira”, declara Márcio. “É a perpetuação desta história; a da empresa, da família Teixeira e, subjetivamente da minha própria história (trabalho da minha mãe, amizade do meu pai com a família, meu estudo e agora do meu filho)”.

“Desejo sucesso e dedico carinho para o Santa Cecília, para a Família Teixeira, lamentando profundamente a ausência dos meus pais e, agora, do Dr. Milton neste momento tão feliz. Obrigado, pela oportunidade de ‘descarregar` um pouco de todo o agradecimento que tenho e propago pelo Santa Cecília`.

Para reforçar os laços das duas famílias, uma coincidência: Márcio está morando em frente da antiga casa da família Teixeira, na Rua Gervásio Bonavides, vendida para comprar a escola na Rodrigues Alves.