#55 Anos 

Essa foi a primeira certificação obtida em nova fase do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Universidade junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INIP), que registra as patentes intelectual e científica de pesquisas.

A patente do Produto “ Plataforma de Testes Computacionais RNAP-LPA2v”, que faz testes em algoritmos que apoiam a decisão dos médicos no diagnóstico de câncer de pele, foi concedida  ao Instituto Superior de Educação Santa Cecília (ISESC) pelo  INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial.   O documento outorga a titularidade da invenção para o ISESC – e nomeia, como autores-inventores,  os  pesquisadores que o desenvolveram na Universidade.

A revista Medical & Biological Engineering, & Computing, uma das mais conceituadas nos meios científicos, voltada à área de pesquisas e desenvolvimento de computação para ajuda nos diagnósticos na medicina, publicou o trabalho científico da Unisanta a respeito dos diagnósticos que utilizaram a plataforma de testes para validar os algoritmos agora patenteada pelo INPI.

Com o auxílio do programa de computação com os algoritmos testados pela Plataforma inventada na Unisanta, o médico pode comparar as imagens radiológicas dos tumores e /o aos sinais suspeitos da pele com os resultados dos dados tratados pelos algoritmos do computador, cabendo ao profissional da medicina dar o diagnóstico.

A Rede de Análise Paraconsistente – RAP) – LPA2v tem mostrado resultados promissores quanto ao auxílio aos médicos na detecção de câncer de pele, afirma João Inácio Silva Filho, coordenador do NIT e do Laboratório de Lógica Paraconsistente da Unisanta.  O programa computacional inventado na Instituição funciona como “uma Plataforma de Testes de validação de algoritmos (softwares) fundamentados em Lógica Paraconsistente Anotada com anotação de dois valores (LPA2v) oferecendo assim maior confiabilidade nos resultados alcançados”,

Os programas de apoio ao diagnostico médico se utilizam de algoritmos configurados para formar padrões e oferecer análises que apoiam a decisão do médico.   Ao contrário da Lógica Clássica, que é binária, ou seja, trabalha com o Sim ou Não, a Lógica Paraconsistente se baseia nas contradições e incertezas humanas. (Algoritmo é a linguagem de descrição, traduzida posteriormente em uma linguagem de programação específica).

Participaram desse projeto três professores/pesquisadores da Unisanta, que pertencem também ao quadro dos docentes da graduação e dos Programas de Mestrados de Ecologia Marinha e de Engenharia Mecânica: Dorotéa Vilanova Garcia, João Inácio da Silva Filho e Maurício Conceição Mário. Além de um ex-aluno de Engenharia de Computação, Elias dos Santos Junior. Elias formou-se em 2015 e hoje exerce sua profissão de engenheiro em uma empresa de Santos.

      

Invenção e Compartilhamento

A Plataforma de Testes oferece em tela um menu de componentes representados em forma de ícones. Através do mouse, o usuário pode posicionar, interligar e estabelecer valores limites para a geração dos sinais lógicos paraconsistentes. O usuário é capaz de interligar diversos algoritmos construindo topologias diferentes de Redes de Análises Paraconsistentes para efetuação de testes diversos.

João Inácio da Silva Filho destaca a importância do processo de certificação do Software “e a conscientização social que permeia a Inovação tecnológica em um ciclo de partilhamento de interesses bastante interessante”. Nesse contexto, diz, a participação do aluno de graduação  constitui outro fato positivo.

“Inicialmente o aluno vem para a Universidade em busca do conhecimento. Orientado por seus mestres, o estudante adquire o conhecimento necessário e toda a experiência que o torna capaz de criar algo novo. E assim, professores e alunos, trabalhando juntos nos laboratórios da Instituição, criam um produto que recebe então um documento de certificação dando a titularidade à Instituição e a autoria a seus criadores”.

Para João Inácio da Silva Filho, o resultado é magnífico, pois o aluno tem assim a oportunidade de, como forma de   reconhecimento,  devolver à Instituição de Ensino o conhecimento adquirido. “A Instituição, por sua vez, é capaz,  com esta parceria,  de entregar à sociedade todo este conhecimento que ali foi gerado, e que agora está expresso na forma de um produto. O produto que foi forjado na Universidade vai gerar empregos e, como consequência,  melhorar a qualidade de vida das pessoas”.

Segundo o pesquisador, a Inovação Tecnológica é algo nobre e nos mostra este novo olhar, no qual o objetivo da pesquisa não é tão somente o lucro empresarial, é também aquele que envolve outras questões sociais. Somente deste modo, sob a lei de Inovação Tecnológica, é que todo o conhecimento gerado na Universidade pode ser transferido, atuando como um trabalho social em prol da comunidade. “Tudo isso colabora para que o conhecimento adquirido por  seus alunos e pesquisadores, não se perca entre seus muros, mas ultrapassem estas barreiras e sejam  de utilidade para o desenvolvimento sustentável da humanidade”, afirma Silva Filho.

Transferência de tecnologia e domínio público

A alta direção da UNISANTA tem esta conscientização e vem estimulando a transferência de tecnologia. Esta ação, iniciada em 2014 com a criação do NIT-Núcleo de Inovação Tecnológica e aplicação de recursos para sua implantação definitiva, traz agora o primeiro certificado recebido do INPI de um produto totalmente criado em seus laboratórios. Com certeza outros resultados logo aparecerão e trarão efeitos benéficos para os alunos, para a Instituição e principalmente para a sociedade”, completa Silva Filho.

A primeira patente concedida pelo NITI dá a titularidade da invenção para o ISESC e nomeia como autores/inventores os pesquisadores que o desenvolveram na Universidade. O ISESC mantém guardado os códigos fontes e tem por direito a condição legal de negociá-lo com empresas na fase que chamamos de transferência de Tecnologia. No entanto, este documento final fica agora em domínio publico, que pode agora ser acessado por qualquer pessoa no endereço.

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Maiores informações:

http://goo.gl/ZxYpnY

http://link.springer.com/journal/11517

https://gru.inpi.gov.br/pePI/jsp/programas/ProgramaSearchBasico.jsp