A taxa de concluintes no ensino superior na Baixada Santista também é superior à do País

A Cidade de Santos registrou um aumento no número de matrículas nos cursos presenciais na rede privada de 5,6%, acima da média do Brasil (3,9%) e do Estado de São Paulo (4,1%). Foram 44.012 matrículas em 2013 contra 41.667 em 2012. Os dados (mais recentes disponíveis) foram apresentados na última terça-feira (31), durante a 11ª edição das Jornadas Regionais promovida pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), em Santos.

O encontro reuniu mais de 70 gestores de 20 Universidades, Centros Universitários e Faculdades da Baixada Santista e de outras regiões do estado com o objetivo de discutir temas voltados ao planejamento estratégico em tempos de crise, inovação acadêmica e às mudanças na regulamentação educacional.

A vice-presidente do Semesp e presidente da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Lúcia Maria Teixeira, enfatizou a importância das instituições de ensino superior (IES) da rede particular na Baixada Santista na formação de novos profissionais.

“No Estado, o ensino superior particular corresponde a 84% da oferta; em Santos e região, a 90%. Além da importância quantitativa e qualitativa, representa a possibilidade de ascensão social e de formação para amplas camadas da população”, afirma Lúcia Teixeira.

Outro dado relevante da pesquisa apresentada na Jornada diz respeito ao número de concluintes no ensino superior. Mais uma vez, os números da Baixada Santista superam ao do País.

Enquanto a taxa de concluintes no Brasil é de 52%, na Baixada Santista chega a 62%. No Estado, 49% dos ingressantes em cursos superiores conseguem concluir o curso. Santos e região possuem instituições consolidadas, o que explica esse diferencial”, enfatiza Lúcia.

“No País, 20% dos jovens não ingressam no ensino médio e muitos ainda nele se formam sem um repertório adequado para a faculdade. No ensino superior, é necessário aumentar o volume de financiamento estudantil pelo poder público, de modo a nos aproximarmos de países desenvolvidos, onde o financiamento atinge grande quantidade de estudantes”, disse a educadora.

Novas regras do Fies
Desde o último dia 30, novas regras do Ministério da Educação (MEC) para obtenção do Financiamento Estudantil (Fies) estão em vigor, restringindo o acesso de milhares de jovens brasileiros ao ensino superior.

O assunto também foi debatido entre os gestores, os quais conheceram números dramáticos dessa nova realidade.

“A exigência de obter mais de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para solicitar o Fies reduzirá drasticamente as chances dos jovens de camadas menos favorecidas conseguirem o financiamento e, consequentemente, entrarem no ensino superior, afirma Lúcia.

Antes das novas regras, 65% dos participantes do Enem estavam aptos a buscar o Fies, o que representava cerca de 2,4 milhões de pessoas.

Com as exigências atuais, apenas 16%, ou seja, 380 mil alunos podem solicitar o benefício. “Uma redução de 75% do público que dependeria do financiamento para ter acesso ao ensino superior”, acrescenta a vice-presidente do Semesp.

O diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, ressaltou a existência de cursos voltados às necessidades da região, com destaque para às áreas portuária e industrial.

“Dos 20 cursos presenciais mais procurados na Baixada Santista, além dos mais tradicionais como Administração e Direito, cinco estão na área de Engenharias – Civil, Produção, Mecânica, Química e Petróleo – e dois nas áreas de Logística e Negócios Internacionais, que seguem uma lógica mercadológica de procura e demanda regional”, diz Capelato.

Cursos a distância
Nos cursos a distância da rede privada, geralmente mais procurados por um público na faixa etária dos 25 aos 39 anos, os números de matrículas no Brasil, em 2013, cresceram 7,2% em relação a 2012. No Estado de São Paulo, no mesmo período, o crescimento ficou em 14,5%. Em Santos houve um aumento de 28,6% no número de matrículas (foram 10.334 matrículas em 2013 contra 8.038 em 2012).