O Capitão-de-Mar-e-Guerra  Daniel Américo Rosa Menezes, Capitão dos Portos de São Paulo, quer transformar o local, que é tombado,  em um centro de cultura, aberto à comunidade.  Nesta sexta-feira  (11/6), foi assinado um Protocolo de Intenções com a direção da Unisanta, para projetos culturais no imóvel.

O belo Palacete Baccarat, onde funcionou a Capitania dos Portos durante muitos anos, na Av. Conselheiro Nébias, 488, está sendo objeto de estudos da Marinha e da Universidade Santa Cecília (Unisanta), para elaborar um projeto de restauro a ser enviado ao Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,  Arqueológico,  Artístico e Turístico do Estado, para aprovação.

O primeiro passo foi a assinatura de um Protocolo de Intenções assinado na manhã desta sexta-feira  (15/6) com a alta direção da Universidade, na Sala de Atos.

“A restauração do prédio objetiva ali montar um equipamento cultural ou de estudos. Não é uma simples restauração,  é a transformação do uso, da utilização dele para um equipamento cultural que nós pretendemos também fazer em conjunto com a Universidade”, afirmou o Capitão dos Portos.

“A Capitânia já funcionou ali e foi transferida para a área do Porto,  em 2003. Permaneceram algumas atividades administrativas, que são pequenas em relação à dimensão do prédio.  Após esse restauro, ele será  dedicado integralmente para atividades culturais ou de pesquisas”, afirmou o Capitão-de-Mar-e-Guerra  Daniel Américo Rosa Menezes.

Salientou o Capitão que as pesquisas serão sempre voltadas ao segmento marítimo. Entre as possibilidades,  está um Museu de Ciências do Mar, um centro de estudos ou de ensino marítimo, eventualmente,  até de ensino profissional marítimo. “Mas nós ainda estamos estudando e vendo como que isso vai ser detalhado. Queremos ouvir a sociedade a respeito, e nada melhor do que a Academia e a Universidade para decidir”.

Celso Luiz, diretor de Projetos da Sociedade dos Amigos da Marinha (SOAMAR), explicou que o Palacete Baccarat é tombado em nível 1, o que significa que nenhuma alteração externa ou interna poderá ser feita.  No nível 2, essa exigência se limita à parte externa.

O conjunto arquitetônico está razoavelmente conservado,  principalmente no hall de entrada. Desde agosto de 2003, as instalações da Capitania passaram para uma área no cais da Marinha, localizada entre os armazéns 27 e 29, no Porto de Santos, no bairro do Macuco.

O documento assinado na sexta-feira é para Projetos Técnicos e Científicos  entre as partes. O levantamento arquitetônico será feito pelo Escritório Modelo de Arquitetura da Unisanta, mas serão envolvidos outras outas Faculdades, como a de Direito.

Aprofundamento das parcerias       

Os visitantes foram recebidos pela Reitora da Universidade, Sílvia Teixeira Penteado, pela presidente,   Lúcia Teixeira, e pelo  pró-reitor administrativo, Marcelo Teixeira, que ressaltaram a existência de antigas parcerias com a Marinha, para pesquisas científicas e de interesse da comunidade.

Estavam ainda presentes o Capitão-de-Mar-e- Guerra Francisco Calijuri Neto, o presidente da SOAMAR, sr. Eugênio Carlos Pierotti, o diretor do Curso de Direito, Norberto Moreira da Silva, o coordenador do curso de Arquitetura, Nelson Gonçalves de Lima Júnior e  o Juiz Federal e professor da Unisanta, dr. Celso Peel  Furtado de Oliveira.

O Palacete  pertenceu a Alberto Baccarat, um descendente de franceses, da família de fabricante dos cristais Baccarat. O imóvel foi adquirido pela Marinha em 1956, do então proprietário Octávio Nascimento, segundo o site Novo Milênio.     O edifício foi construído com material importado de origem francesa e italiana. Os mosaicos que revestem o chão do saguão de entrada são venezianos, enquanto que as escadas interiores são de mármore de carrara e os lustres,  de cristal.